Decidi colocar este diagrama em pauta por causa de um problema que vem crescendo entre ouvintes pentecostais e reformados de Vitória/ES, que passaram a acompanhar a rádio Novo Tempo (suspeito que por falta de opção). A emissora, como se sabe, é um órgão da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Diariamente, nesse meio de comunicação, ensina-se que nós somos uma alma e que, quando alguém morre, simplesmente “dorme”, entrando em um estado de inconsciência semelhante ao que existia antes do próprio nascimento.
Segundo essa doutrina, a pessoa que dorme só despertará quando Jesus voltar. Depois disso, os salvos viverão eternamente, enquanto os condenados sofrerão por um determinado período de tempo (?) e, em seguida, deixarão de existir — desta vez, de forma definitiva e eterna.
Concordo com a avaliação de R. C. Sproul ao afirmar que a doutrina do sono da alma representa um afastamento do cristianismo histórico e ortodoxo. Embora essa posição ainda exista no meio cristão, ela sempre ocupou um lugar minoritário. A compreensão tradicional da Igreja, desde os primeiros séculos, é conhecida como estado intermediário. Segundo esse entendimento, no momento da morte a alma do crente é imediatamente conduzida à presença de Cristo, onde passa a experimentar uma existência pessoal, contínua e consciente, enquanto aguarda a ressurreição final do corpo.
Esse ensino não é uma construção tardia, mas uma doutrina bíblica e histórica, sustentada pelos pais da Igreja e reafirmada pelos reformadores do século XVI.

Este texto foi publicado originalmente em juliocelestino.com em 2 de fevereiro de 2017
