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  • O Diagnóstico e o Evangelho


    Introdução

    “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça.”
    Romanos 5.20

    O que pode ser pior do que ir ao médico, fazer alguns exames e receber um diagnóstico trágico?

    Imagine um consultório médico. Nele, há apenas você, o médico e o resultado dos seus exames nas mãos dele. Você está se sentindo bem, saudável, e ansioso para ouvir o médico dizer que está tudo bem, pegar seus exames e voltar tranquilamente aos seus afazeres do cotidiano.

    O médico abre o envelope com os resultados e demonstra espanto. Olha para você com os olhos arregalados e pergunta:

    — Você está vivo?!

    Você, estranhando a pergunta, responde que sim. Então ele explica:

    — Estou dizendo isso porque você está cheio de tumores espalhados pelo corpo! Você está me ouvindo? Há tumores nos seus ouvidos! Você está me enxergando mesmo?! Sua visão também está comprometida! Sua situação é gravíssima!

    Conseguiu imaginar? Quão grande seria o seu desespero?

    Mensagem

    A lei revela o caráter e a vontade de Deus, mas o homem, por si só, não pode cumpri-la, porque foi manchado pelo pecado. Todos nós nascemos filhos de Adão. Por isso, a lei serviu como um termômetro: ela diagnosticou e revelou a doença.

    A humanidade tornou-se doente por causa de Adão e, assim como o termômetro detecta a febre, mas não pode curá-la, a lei revelou o pecado. Ao comparar nossa vida com a lei de Deus, a doença é diagnosticada, mas a lei é incapaz de nos salvar. Por esse motivo, o versículo supracitado é enfático ao dizer que o pecado abundou no mundo.

    No capítulo um de Romanos, Paulo prova que, se os gentios dependerem de seus próprios méritos, receberão a condenação como salário. No capítulo dois, ele mostra que os religiosos legalistas, por suas obras, também merecem a condenação da parte de Deus. E, no capítulo três, Paulo demonstra que até mesmo os judeus, confiando em seus méritos e obras, também merecem seu lugar no lago de fogo, que atormenta dia e noite aqueles que nele são lançados.

    O capítulo três conclui que todos os homens — seja qual for sua religião ou cultura —, se dependerem de suas obras ou da lei para se salvarem, caminharão com os próprios pés rumo ao inferno. Isso faz parte do que chamamos de doutrina da depravação total. Este é o diagnóstico que o médico apresentou a você.

    Se eu lhe entregasse um estojo de lápis de cor para pintar a Bíblia, com que cor você pintaria os três primeiros capítulos de Romanos? Creio que seria uma cor sombria, triste, talvez um cinza.

    Voltando ao texto, agora chegamos à palavra mais bonita, mais alegre e mais esperançosa da passagem:

    “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; MAS…


    Esse “mas” é lindo. Você pode pintá-lo com uma cor viva — quem sabe dourado ou verde. Esse “mas” representa as boas-novas do evangelho de Cristo.

    Para perceber sua importância, voltemos ao consultório médico.
    Imagine que, depois de ouvir tudo aquilo sobre sua saúde, você está desesperado, certo de que vai morrer, quando de repente o médico diz:

    — Seu quadro é gravíssimo, mas…

    Aquele “mas” traria esperança imediata. Você ficaria tão ansioso que, se o médico completasse:

    — Mas vou ali almoçar e depois volto para explicar,
    você certamente diria:

    — Pelo amor de Deus, não vá! O senhor disse “mas”! Existe uma cura para mim? Eu tenho uma chance de viver? Há uma saída?

    “…mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça.”


    Existe cura. Existe chance de viver. Há uma saída.
    Jesus é essa graça maravilhosa, esse favor imerecido que desceu da glória para receber sobre si a sentença dos nossos pecados. Essa graça que superabundou é aquela que se fez maldição por nós, derramando seu precioso sangue na cruz do Gólgota para nos salvar do lago de fogo eterno, preparado para Satanás e seus anjos.

    O pecado abundou — isso é uma verdade incontestável, pois o coração do homem é inclinado para o mal desde a sua meninice. Mas o Espírito Santo de Deus tem poder para reverter o quadro do pecador, adotá-lo como filho e fazê-lo herdeiro, com Cristo, das maravilhas celestiais.

    “Deus enviou o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”


    O texto deixa claro: o pecado foi grande, mas a glória da misericórdia de Deus é maior. E, para nossa alegria, essa graça está disponível a todos.

    Paulo disse que era o pior dos pecadores, mas recebeu a maravilhosa graça da salvação. Você também pode recebê-la. As portas da casa do Pai ainda estão abertas. O Médico dos médicos tem a solução para a doença da alma.

    Venha ser filho de Deus por meio de Jesus, se ainda és filho de Adão. Disse Jesus:

    “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora.”
    João 6.37



    Texto publicado originalmente no blog juliocelestino.com em 31 de maio de 2016